Jornal do Ônibus - 1ª edição/2007
Vívian Curitiba
Retardar a gravidez pode trazer dificuldades quando a mulher resolve ter filhos,mas métodos modernos facilitam a superação do problema
A infertilidade é uma doença que afeta os órgãos reprodutivos tanto de homens como de mulheres, e compromete uma das principais funções básicas do corpo, como a capacidade de ter filhos. A esterilidade masculina também se enquadra na questão da procriação.Ao contrário do que muitas pessoas acreditam,é um mito dizer que este seja um problema apenas da mulher.
Segundo dados do Centro de Pesquisa e Reprodução Humana Roger Abdelmassih, em São Paulo, é crescente o número de casais que encontram dificuldades em reproduzir. Cerca de 15% dos casais,número estimado de pais inférteis,acabam recorrendo a um tratamento especial,como a inseminação.
Para a psicóloga e psicoterapeuta, Josiane Issac, as mulheres priorizam mais o lado profissional na busca por estabilidade na sociedade e por isso, optam por ter filhos mais tarde. “A mulher de hoje é moderna e prefere ter todo um planejamento, e escolhe ter uma criança no momento em que se sentir preparada, mesmo correndo o risco de se tornar infértil”, explica.
De acordo com Ricardo Baruff, ginecologista do Centro de Reprodução Humana de Ribeirão Preto, um casal com relações sexuais regulares tem cerca de 25% de chance de procriar em cada mês. Após o período de um ano,85% conseguem obter uma gestação. “Muitos casais ainda encontram dificuldades que impedem a germinação, como problemas de ovulação ou mesmo do esperma do homem”, diz.
Com a modernização da vida cotidiana, a mulher tem ocupado cargos que antigamente eram dos homens e assim elas recorrem a uma capacitação, como uma faculdade ou cursos técnicos. Dessa forma, elas adiam a maternidade,que ocorria em média dos 20 aos 25 anos,e passam a engravidar tardiamente.
Miréia de Oliveira, 33anos, é publicitária e diz que,por necessidade de crescer no mercado de trabalho por causa dos diversos cursos que faz,teve que deixar os planos de ter filhos para depois e hoje recorre a um tratamento especial. “Eu ainda tenho esse sonho! Ainda bem que hoje a medicina pode ajudar”, diz aliviada.
Segundo o ginecologista Baruff, muitas técnicas de tratamento tem como base a “reprodução assistida”, ou seja, um conjunto de técnicas utilizadas com o principal objetivo de viabilizar a gestação em mulheres com dificuldades de engravidar. Exemplos como a inseminação artificial,Micromanipulação,Laser Assisted Hatching entre outras.
Entretanto, o que as “futuras mães” têm em comum é ajudar o processo natural do nascimento, como obter um óvulo e um espermatozóide de boa qualidade para que tenham maior chance de fertilizar, e assim, formar um embrião e ter uma gestação saudável.
A comerciante Hélida Maria de Almeida, 30anos, fez uma inseminação artificial e gerou uma menina através do tratamento. “Minha maior preocupação era um aborto espontâneo, pois isso já tinha acontecido antes e o trauma foi grande”, diz. Ela conta ainda que está feliz coma sua escolha. “Foi um processo longo e minucioso, mas valeu a pena. Minha filha nasceu com saúde para a alegria de todos”, completa Hélida.
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