quarta-feira, 17 de junho de 2009

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo

Nesta quarta-feira, 17, o STF determinou a não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Um verdadeiro retrocesso no jornalismo brasileiro. Eu diria que essa era a última esperança dos profissionais e da sociedade por um jornalismo mais ético e de qualidade. Sinceramente, como jornalista e cidadã, estou desapontada com essa decisão do judiciário que com essa atitude rebaixa o trabalho do profissional, dando a qualquer pessoa, o direito de ser jornalista.
O que vocês acham que aconteceria se qualquer um de nós quisesse ser médico sem estudar?Ou quisessemos ser juízes sem conhecer as leis?Ou quisessemos ser engenheiros sem saber calcular? Um verdadeiro desastre não é?!Pessoas iriam morrer aos montes, bandidos estariam todos soltos ou emtupindo as cadeias e prédios iriam desmoronar. Mesmo assim, essa decisão não tira de nós o domínio do quarto poder.O impacto da mídia não se perdeu, mas infelizmente pode perder credibilidade com essa decisão.
Felizmente existe uma pequena parte de empresários que ainda podem exigir que seu profissional seja um jornalista diplomado. Empresários que prezam pela qualidade das notícias, pela credibilidade do seu veículo de informação, pela ética profissional, pelo conhecimento acadêmico da área e pelo respeito ao leitor. Afinal, qual é o leitor que assina um jornal de má qualidade?Produzido por alguém que não conhece técnicas jornalísticas ou que tem em sua redação profissionais amadores ou "precários"?E qual é o anunciante que agrega a sua imagem a um jornal com este tipo de padrão?
Nem eu, como jornalista, nem a Federação dos Jornalistas vamos parar de lutar pela qualidade da informação!Você leitor, exija qualidade!Anunciante :exija qualidade da notícia, sem ela, seu anúncio perde valor e você empresário : exija profissionais diplomados!Só assim teremos informações que interessam ao público e que provocam mudanças sociais verdadeiras!

Confira abaixo a notícia publicada pela Fenaj sobre o caso:

17/06/2009 19:34

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo

Em julgamento realizado nesta quarta-feira (17/06), o Supremo Tribunal Federal deu provimento ao Recurso Extraordinário RE 511961, interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Neste julgamento histórico, o TST pôs fim a uma conquista de 40 anos dos jornalistas e da sociedade brasileira, tornando não obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão. A executiva da FENAJ se reúne nesta quinta-feira para avaliar o resultado e traçar novas estratégias da luta pela qualificação do Jornalismo.Representantes da FENAJ e dos Sindicatos dos Jornalistas do RS, PR, SP, MG, Município do RJ, CE e AM acompanharam a sessão em Brasília. O presidente da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação sobre a revisão das diretrizes curriculares, José Marques de Melo, também esteve presente. Do lado de fora do prédio - onde desta vez não foram colocadas grades - houve uma manifestação silenciosa. Em diversos estados realizaram-se atos públicos e vigílias.Às 15h29 desta quarta-feira o presidente do STF e relator do Recurso Extraordinário RE 511961, ministro Gilmar Mendes, apresentou o conteúdo do processo encaminhado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e Ministério Público Federal contra a União e tendo a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo como partes interessadas. Após a manifestação dos representantes do Sindicato patronal e da Procuradoria Geral da República contra o diploma, e dos representantes das entidades dos trabalhadores (FENAJ e SJSP) e da Advocacia Geral da União, houve um intervalo.No reinício dos trabalhos em plenário, às 17h05, o ministro Gilmar Mendes apresentou seu relatório e voto pela inconstitucionalidade da exigência do diploma para o exercício profissional do Jornalismo. Em determinado trecho, ele mencionou as atividades de culinária e corte e costura, para as quais não é exigido diploma. Dos 9 ministros presentes, sete acompanharam o voto do relator. O ministro Marco Aurélio votou favoravelmente à manutenção do diploma.“O relatório do ministro Gilmar Mendes é uma expressão das posições patronais e entrega às empresas de comunicação a definição do acesso à profissão de jornalista”, reagiu o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade. “Este é um duro golpe à qualidade da informação jornalística e à organização de nossa categoria, mas nem o jornalismo nem o nosso movimento sindical vão acabar, pois temos muito a fazer em defesa do direito da sociedade à informação”, complementou, informando que a executiva da FENAJ reúne-se nesta quinta-feira, às 13 horas, para traçar novas estratégias de luta.Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e integrante da coordenação da Campanha em Defesa do Diploma, também considerou a decisão do STF um retrocesso. “Mas mesmo na ditadura demos mostras de resistência. Perdemos uma batalha, mas a luta pela qualidade da informação continua”, disse. Ela lembra que, nas diversas atividades da campanha nas ruas as pessoas manifestavam surpresa e indignação com o questionamento da exigência do diploma para o exercício da profissão. “A sociedade já disse, inclusive em pesquisas, que o diploma é necessário, só o STF não reconheceu isso”, proclamou.Além de prosseguir com o movimento pela qualificação da formação em jornalismo, a luta pela democratização da comunicação, por atualizações da regulamentação profissional dos jornalistas e mesmo em defesa do diploma serão intensificadas.

Um comentário:

  1. Prezados amigos
    Há muito venho lendo e vendo o que tem acontecido no Brasil com relação aos nossos políticos. Não passa um dia sem que haja uma denuncia de atos de corrupção, falta de ética, e imoralidade por parte de nossos governantes.
    O Presidente Lula recentemente em defesa do Senador José Sarney definiu que no Brasil existem dois tipos de cidadãos. Aqueles para os quais não existe lei ou Constituição e os demais que estão submetidos aos rigores da lei.
    Aqueles que sofrem nas filas do SUS, ficando internados em macas nos corredores dos hospitais e aqueles que se tratam nos melhores hospitais do país com a melhor equipe médica. Em ambos os casos o contribuinte paga.
    É chegada a hora de parar de reclamar e partir para a ação antes que seja tarde demais.
    Minha proposta e que comecemos em conjunto a pensar numa ação coordenada para o dia 7 de setembro de 2009. É o dia em que comemoramos a independência de nossa pátria, a libertação de nosso povo. Não há momento melhor do que este para um protesto contra a pouca vergonha, os desmandos do governo e o fato de que pouco a pouco estamos perdendo nossa liberdade e democracia.
    Sugestões para o email laguardia,luizf@gmail.com

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